quinta-feira, 10 de maio de 2012

Seriously?

Depois de ler um post relacionado com isto... pus-me a pensar nesta coisa da traição.

Achamos que vai sempre acontecer aos outros porque a pessoa com quem estamos não seria capaz disso. Errado. Errado pensar que aquilo que seriamos incapazes de fazer à pessoa com quem estamos, essa pessoa também seria... Errado colocar a nossa fasquia de valores e de crenças nos outros. Errado esperar do outro, aquilo que damos. Às vezes não é bem assim.

Achamos que "é uma fase menos boa e que vai passar". Huum.... fase menos boa? Melhor tirar isso a limpo...

Temos um felling... vemos comportamentos estranhos e pensamos "oh, isto é imaginação minha". Huummm... secalhar não é.

Às vezes até temos tudo à frente do nariz, mas ignoramos. "Ah e tal, ele ou ela não seria capaz". É!

Outro dos erros comuns é fechar-mo-nos em copas e não falar com ninguém. Também não é boa ideia. Não digo apregoar aos sete ventos mas falar com alguém de confiança e que nos conhece bem e que conhece a outra pessoa também, mãe, melhor amiga, melhor amigo, etc. Quem está de fora tem sempre uma perspetiva mais objetiva e mais clara. Pode não opinar por respeito e para não meter a colherada, mas se pedirmos essa pessoa vai ajudar-nos a ter uma perspetiva diferente. Vê coisas que nós não vemos (porque não queremos ver).

Nunca fui de ir ver telemóvel, mail, etc. mas houve momentos em que senti essa necessidade. Fiz uma ou duas vezes e parei porque não faz parte de mim. Até que tudo me aparece escarrapachado à frente, sem eu procurar. Sim, se existe a pulga atrás da orelha... provavelmente é porque ela está lá! Se está tudo bem e não existem momentos de "huummm", então nem se sente essa necessidade. Quando se sente...ui. Uma das coisas que aprendi foi a ouvir estes momentos de "huummm... something's not right". A nossa intuição diz-nos quase tudo, se a ouvirmos.

Não nos pautamos todos pelos mesmos valores e pelas mesmas formas de estar na vida e nas relações, até aqui tudo bem. Aquilo que me faz mesmo confusão é que, quando as "regras" são definidas à partida e quando as cartas são postas na mesa, quando as coisas são esclarecidas e aceites pela outra parte, no início de uma relação... o que leva uma pessoa a trair? O que leva uma pessoa a pôr em risco a relação que tem em nome de uma outra coisa qualquer, que muitas vezes não é nada, senão fogo de vista? O que leva uma pessoa a mudar as regras a meio do jogo?

Ninguém é obrigado a ser fiel e a estar numa relação, mas se está e se os pilares são a confiança e o respeito e, já agora a monogamia, porque fraqueja? Não seria melhor ter relações descomprometidas com quem lhe apetecer e não arrastar outras pessoas para algo que não pediu e que não estava no programa?

Parece-me que há um grande desencontro de pessoas e de ideais. Quem não consegue ser fiel porque se mantém em relações com pessoas que acreditam nisso? Porque acham que nunca se vai descobrir? Porque caso se descubra, perdoa-se? Não, nem sempre. Nem sempre mesmo.

Ainda teria muito para dizer mas fica para a próxima.

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