Ontem, após uma conversa filosófica com um amigo, pus-me a pensar... as conversas filosóficas têm este efeito, ainda que nós não queiramos.
O ponto de partida foi algo que me disse sobre o querer o extraordinário e não o ordinário (falávamos de relações). E também o facto de dizer que escolher estar sózinho para não correr o risco de magoar alguém com a sua forma de ser e incapacidade de partilhar determinadas facetas da sua personalidade e preferir manter o seu "dark side" só para ele e para os dois únicos amigos que o conhecem tal qual como é.
Isto levou-me logo para aquele episódio da Anatomia de Grey em que ela finalmente percebe o significado do que a mãe lhe queria dizer com o "You can be extraordinary" e, chegando ao pé do seu McDreamy lhe diz "We can be extraordinary together instead of ordinary appart" (ou algo parecido com isto).
Mas não queremos todos algo extraordinário? Não queremos todos encontrar aquela pessoa que nos faz ser uma pessoa melhor e crescer em conjunto? Quanto a mim, esse é o propósito último de qualquer relação, duas pessoas que, juntas, são mais e melhores do que a soma das partes.
Isto parece simples e secalhar até é, mas há quem insista em complicar. Seja por traumas passados, seja por barreiras criadas (ainda que de forma plenamente consciente), seja por teimosia, seja por falta de fé nas pessoas, seja por padrões impostos (a si próprio e aos outros), seja por medo, seja por várias outras razões.
No fundo e no final acredito que é apenas por uma coisa muito simples e fácil de explicar, embora possa não ser assim tão simples e fácil de concretizar: encontrar aquela pessoa que nos faz querer ser extraordinários e que nos faz Querer deixar cair todas as barreiras e ser exatamente aquela pessoa que somos, sem medos.
Que ninguém é perfeito, já todos sabemos. Que, se não há pessoas perfeitas, também não relações perfeitas, parece-me óbvio. O que me parece "falhar" aqui em relação a esta pessoa na compreensão que tem de uma relação, é a falta de fé na capacidade da outra pessoa aceitar isso, lidar bem com isso e saber que quem gosta a sério, gosta do todo que é aquela pessoa, daquele mundo composto pelas qualidades e pelos defeitos, pelas coisas boas e menos boas. Ok, também depende dos defeitos, claro! Exagerando, eu gosto muito do Dexter, mas ele é um serial killer...
Isto para dizer que não é qualquer coisa que "espanta" a pessoa que está ao nosso lado e que gosta verdadeiramente de nós. Dark Side incluido. Pelo menos a mim, não espantaria e falo com devido conhecimento de causa.
Abandonar o barco ou desistir à primeira dificuldade, não é algo com que me identifique... de todo.
To be continued...
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